98ª Reunião da Tu MMM 72/DF: o vigor de cento e um anos de vida.

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A cena não me sai da memória: pai e filho sentados no restaurante ‘La Cheff”, em mesa compondo o dispositivo para a reunião dos confrades da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes (Tu MMM 72), que residem no Distrito Federal (Tu MMM 72/DF). O filho celebra sessenta e oito anos de vida. O pai, herói da Segunda Guerra Mundial, acaba de completar cento e um anos de idade. Duas gerações de soldados que serviram ao seu País. O pai esteve na Itália combatendo duas ideologias autoritárias: o nazismo e o fascismo.

O filho não permitiu que outra ideologia, tão sanguinária e repressiva quanto as que foram implantadas na Europa, fizesse do Brasil um satélite do domínio comunista. Passei alguns minutos parado e apreciando a cena. É privilégio um confrade com sessenta e tantos anos poder estar ao lado do pai, conversando e celebrando a vida. Logo, questionamentos passei a realizar: sobre o que conversavam? Como era conviver com o pai durante tanto tempo? Que ensinamentos o filho colhe da experiência de vida centenária do pai? Quais são  as precauções do filho em relação a saúde de uma pessoa tão experiente? Continuo a caminhada para entrar no restaurante, aproximo-me da mesa e  cumprimento o coronel Nestor, o pai, bem como o também coronel Nestor, o filho. Não tive tempo de formular as perguntas que a minha curiosidade concebeu. Os confrades começam a ocupar o dispositivo preparado para a confraternização da última sexta-feira do mês de agosto. Ora, comparecer ao encontro significa distribuir abraços e cumprimentos efusivos, que somente é possível para aqueles que saíram de casa para celebrar a vida. Destaco a presença, nessa reunião histórica, dos seguintes confrades: Breide, Baciuk, Primo, Cláudio, Arakaki, Plínio Boldo, Ribeiro Souto, Nei, Wankes, Armando, Chibinski e Pimentel. Interessante nesta reunião foi a confusão proporcionada pela convocação para outro evento, no mesmo dia, hora e local diferente. Explico. O Primo e a sua esposa, Livânia, marcaram uma noite de pizzas no Salão de Festas do bloco onde residem. Por coincidência, na mesma última sexta-feira do mês de agosto. Essa convocação provocou confusão em alguns confrades. Poucos, graças a Deus, interpretaram que a “noite de pizzas” seria o único evento do dia e, como incorporavam as esposas, tinha prioridade em relação ao rotineiro almoço no restaurante “La Cheffe”. A atividade estabelecida para celebrar a vida na última sexta-feira do mês, no restaurante situado no Clube do Exército, é tradição mantida e a hipótese de não acontecer é remota. A reunião da Tu MMM 72/DF é referência para residentes no Distrito Federal e visitantes. Qual será a justificativa que o Grupo Gestor vai apresentar para o confrade que programou estar em Brasília na última sexta-feira de qualquer mês do calendário anual, caso haja troca de data e local? O confrade vai  perder a viagem e arcar com o prejuízo, em relação a evento para o qual planejou com expectativa de abraçar amigos e celebrar a vida? Isso não tem preço. Passei o evento ao lado do centenário coronel Nestor. Pude constatar a disposição e a vontade de viver mais cem anos. Estabelecemos um diálogo interessante, onde abordamos os mais variados assuntos, com ênfase naqueles sobre a sua participação na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Alguns confrades, mais próximos, aproveitaram para se envolver no papo e apreciar a narração de passagens interessantes de pequeno escalão, pelotão de fuzileiros, em operações na Itália. Como sempre acontece, a leitura da relação dos aniversariantes do mês, residentes ou não no Distrito Federal, foi acompanhada com manifestações de alegria. No momento do canto dos parabéns para você, as atenções voltou-se para o Cel Nestor, o pai. A ele, com prioridade por ter completado cento e um ano de vida, os aplausos efusivos dos presentes, confrades ou não, por essa dádiva concedida por Deus. Na organização do dispositivo para a fotografia que materializa a reunião, o nosso aniversariante, Coronel Nestor, o pai, ocupou local de destaque. Após a fotografia, os confrades começam iniciam novas rodadas de conversas, com alternativa de variar os assuntos e interlocutores. Saio do restaurante maravilhado com as informações colhidas com o coronel Nestor, o pai, bem como sentindo uma ponta de inveja do coronel Nestor, o filho. Não tenho como expressar como seria a minha felicidade se meu pai, o sargento Walter, estivesse comigo. A propósito, hoje ainda tem evento com os confrades e suas esposas, no Salão de Festas do Bloco do Primo. É indescritível celebrar a vida. Fui! Simões Junior