Artigos da Seção AMAN 72

A CORTE, O BALNEÁRIO E O CHUCHU

Comente este artigo!

Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn

alt

 Diferentes, quase antagônicos, são os estilos de trajar da Turma nas reuniões de Brasília e do Rio. Aqui, descontraídos em roupagens tropicais, lá, desfilando vestimentas circunspectas. Intrigado, aventei hipóteses para o curioso fenôme­no comportamental que já aportou no zapzap.

 Certa vez, o meu estimado irmão cósmico Damerran Salvany alcunhou de eternos vira-latas putanheiros os integrantes NB da MMM/RJ, em tom distancia­do de censura na plena identificação arquetípica com os alegres confrades do PMPV – Portal Mágico da Praia Vermelha. Pensei: a seccional carioca estaria do­minada por antigos bad boys incorrigíveis, de vestes associadas a contumazes impedidos nas Alas? Pus-me a observá-los, constatando serem hoje trabalhado­res respeitáveis.

 Pimpim, o aristocrata presidente, bate ponto diário no Chico, boteco tijucano onde tem mesa cativa, com chopp 0800 se o Fra ganhar do Gigante, aconteci­mento raro em 2015; Arataca, o primeiro-ministro Barão, depois de revolucio­nar a Supervia empresaria paraquedistas tresloucados; Dom Peres Cobra labu­ta no éter, nas tribunas e no Peró, que ninguém é de ferro; Dr Lobo Moneró pega pesado na “dressage” matinal, no escritório e na desesperança vascaína; Motinha, Piranha e Nonato são Sísifos ressuscitados na saga ecêmica, assim es­pocando exemplos de abnegação laboral a desmentir aparências vidinhas fá­ceis dos garotos RJ.

 Da Capital Federal, mais ilustrações acorrem para confirmar o lado animado da rapaziada sem desprezo ao batente. O estudo balançava diante das estrei­tas semelhanças entre os grupos distintos, fragilizadas decerto se variáveis in­tervenientes ou fortuitas aflorassem, esclarecendo os questionamentos levan­tados. 

 O que faria a diferença, afinal? A Arma? É... recordei, nunca percebi o Breide, o Baciuk ou o Nestor de terno nas tertúlias, os artilheiros Cezar e Virgílio estão sempre impecáveis no passeio completo como o infante Simões Júnior, enquan­to os demais rotineiramente envergam elegantes camisas sociais. Seria o clima do Cerrado? A proximidade do Poder? Exigência do Clube do Exército? Desi­gualdades financeiras? Quase a surtar diante de elementos de manobra mais intrincados que VC de Ex Cmp, fugi do teclado para o manancial de ideias do zapzap, e ali constatei chamamento do Sr B. Jacaré a este africanista simplório.

 Acompanho, há dias, interessante fórum comunitário sobre as propriedades existenciais do chuchu, xuxu para os íntimos.  Prós e contra congestionaram a rede em debates forrados de opiniões testicocéfalas, puritanas, metafísicas, light libertinas, oportunistas, psicossociais e científicas, alimentando painel dig­no da excelsa representatividade Pioneira. Aprendi bastante,  tendo encami­nhado registros à apreciação da FAO.

 Esta tarde, no rescaldo do apaixonante tema, Mr Bonner, emérito levantador, colocou a redonda na medida para este antigo gazeteiro do CPM – Curso de Psi­cotécnica Militar do CEP – cravar na linha dos três metros, ao requerer-lhe pare­cer. Emboscado, estava a revirar alfarrábios empoeirados no resgate frenético de teorias para responder ao filho da querida Dona Carmem e cunhado do Ca­beça. Já folheando a Teoria dos Sonhos, estranho alerta intestino me recon­duziu ao uótisape, evitando mico sem tamanho ao deparar-me com magnífica análise.  

 Nada mais havia a dizer, lidas as sábias palavras do Sr W Pedreira. Recolhida a desfolhada Teoria ao fundo da estante, refletia com meus botões desanima­dos. De repente, o insight redentor: o Pedreira, Mr Bonner, os confrades da Cor­te e os do Balneário teriam ingerido porções peculiares do badalado legume para tipificar-lhes as condutas?

 Mais que a mandioca presidencial, o chuchu pode elevar Pindorama ao MB das nações, concluí entusiasmado. A herbácea verde cultivada sob o sol incle­mente do Planalto, diferente da litorânea do balneário decadente, certamente explica os vestuários dos confrades daqui e de acolá, entre outros mistérios.

 Desolado mas esperançoso, arquivei Freud, Piaget e Lacan para buscar no Au­rélio  lenitivo derradeiro ao desafio lançado por Dom Marcos DBAS. Vejam o que descobri:

 Chuchu (do francês antilhano chou-chou). S.m. 1. Bot. Trepadeira cucurbitá­cea, (Sechlum edule), etc e tal.  Parei estarrecido, sem atentar para o prosse­guimento das definições. Eu, hein? Tudo a ver, Mr Bonner?

Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2015.

Dom Obá III, adepto da horta caseira.

Por delegação: Cad Cav 1039, Nilo.{jcomments on}