Artigos da Seção AMAN 72

POETAS NÃO MORREM, VIRAM ESTRELAS.

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Observem  Eurípedes, Ésquilo Homero, Esopo, Menandro

Da Ibéria, Cervantes, Pessoa, Camões, Bocage e Herculano

Da França, Gide, Hugo, Mallarmé, Rimbaud, Lisle, Baudelaire

Ajoelhados ao talento estrondoso do insuperável Saint-Clair


Nem Cruz e Sousa, Castro Alves, Coelho Neto ou Olavo Bilac

Encarariam frente a frente o vate amante de feros ataques

Pulverizando os que se enganam a bater em rotas porfias

Para desafiar o Shakespeare herdeiro de Gonçalves Dias


Mesmo Mistral, Valejjo, Pablo Neruda, Mário de Andrade

Aceitariam de bom grado, contentes, a inegável verdade

Que se afigura marcante, soberana, sem lampejo fugaz

A de o Bardo superar os sublimes Borges e Octavio Paz


Destemperado ao romântico, verseja de extremo a outro

Valorizando qualquer assunto, do priapismo  ao barroco

Aprecia musica clássica e dela virou prestigiado analista

Quando na OSB operou, gerenciando spallas e pianistas


Nesta semana, inspirado, parodiou extraordinário artista

Ratificando o merecido lauréu de incomparável beletrista

E aliviou personagem que se tornara recorrente matéria

O impetuoso às de estacionatas e muros, o Velho Bactéria


Madrugada, insone, intentou controlar o rodar do destino

Na regressão ilusória aos inesquecíveis tempos de menino

Porque os dias correm em turbilhão de emoções e surpresas

Exceto que poetas não morrem, transmutados em estrelas.


Rio de Janeiro, 27 de maio de 2015

Dom Obá III, de ignorado bunker rotativo.{jcomments on}