Artigos da Seção AMAN 72

Confissões de um Velho descrente!

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Alimentava aversão radical ao WhatsApp. Depois de merecido pito do Velho Brito, contradizendo a antipatia ranzinza ao prestigioso aplicativo, e mídias si­milares, resolvi afagar a modernidade hi-tech como voyeur do uótisape72.   

   Assumido papel de tarado insone na fechadura, para compartilhar os alheios prazeres de alcova, experimento indescritíveis momentos de satisfação diária no toque incessante da tela de roto esmartefone, curtindo a algaravia geral. 

    Divirto-me, reflito, até me emociono. Quem, em sã consciência, não balançou lendo a narrativa das visitas do Hayashi ao Dias Costa e ao Candinho, expres­são eloquente de amizade desinteressada? Sem pieguice, o périplo do verda­deiro samurai da bondade sensibilizou a rapaziada sessentona, sem dúvida marejando pupilas. Aliás, no prosseguimento do relato o nobre infante expõe surpreendente faceta de bom-humor pessoal, desmentindo a persona sisuda aparentada nos idos acadêmicos. Grande Hayashi...

    O WhatsApp potencializa atitudes fantásticas. Margarida dos Reis, BQ 65/83, Estélio Aparício, Mellinho G, Honório, Mourão, Biagio, Alvarenga e tantos afas­tados do convívio grupal reapareceram graças ao Brito, faz-tudo da rede que de velho só tem os cabelos prateados. Mesmo este bagrinho arriscou-se a cer­rar fileiras digitais em defesa de Brodósqui nas pessoas de seus ilustres varões, o imortal Cândido Portinari e o elegante José Mário Facioli.  Entusiasmado, bolei o seguinte proclama: “Desautorizam-se jovens MMM a desenvolver solidão, insônia, depressão, mau-humor, gota, hipertensão, cardiopatia, diabetes, Alzheimer, TOC, inapetência sensorial, micções noturnas e demais sintomas existenciais tardios. Recomendam-se doses maciças de uótisape72. Revogam­-se prescrições alternativas”.

   A maturidade plena traz avanços, abomina farisaísmos, aguça sensibilidades. Vovôs expressam sentimentos na lata, sem maquiagem social. É o fogo e aço, ferro e balaço do exponencial pensador, meu irmão Salvany, querido aniversa­riante da semana a quem reverencio de coração. Assim, a web3M configura prodigioso cenário de efusivas manifestações afetivas. Ao mote propagado– “estamos ficando velhos de corações moles”... – eu acrescentaria...“ e mais sinceros”...

   Quando li comentário sobre emérito pesquisador araçatubense - “fulano de tal, sorriso sedutor, dentes perfeitos”- meu estarrecimento desandou agravado pela inação dos patrulheiros de plantão. Dias transcorridos, decidi adaptar-me aos tempos correntes a fazer confissões há décadas reprimidas. Liberou geral?  Rumo ao divã MMM incorporar CONFISSÕES DE VELHO DESCRENTE.

   Alimentava aversão radical ao WhatsApp. Depois de merecido pito do Velho Brito, contradizendo a antipatia ranzinza ao prestigioso aplicativo, e mídias si­milares, resolvi afagar a modernidade hi-tech como voyeur do uótisape72.   

   Assumido papel de tarado insone na fechadura, para compartilhar os alheios prazeres de alcova, experimento indescritíveis momentos de satisfação diária no toque incessante da tela de roto esmartefone, curtindo a algaravia geral. 

    Divirto-me, reflito, até me emociono. Quem, em sã consciência, não balançou lendo a narrativa das visitas do Hayashi ao Dias Costa e ao Candinho, expres­são eloquente de amizade desinteressada? Sem pieguice, o périplo do verdadeiro samurai da bondade sensibilizou a rapaziada sessentona, sem dúvi­da marejando pupilas. Aliás, no prosseguimento do relato o nobre infante ex­põe surpreendente faceta de bom-humor pessoal, desmentindo a persona sisu­da aparentada nos idos acadêmicos. Grande Hayashi...

    O WhatsApp potencializa atitudes fantásticas. Margarida dos Reis, BQ 65/83, Estélio Aparício, Mellinho G, Honório, Mourão, Biagio, Alvarenga e tantos afas­tados do convívio grupal reapareceram graças ao Brito, faz-tudo da rede que de velho só tem os cabelos prateados. Mesmo este bagrinho arriscou-se a cer­rar fileiras digitais em defesa de Brodósqui nas pessoas de seus ilustres varões, o imortal Cândido Portinari e o elegante José Mário Facioli.  Entusiasmado, bolei o seguinte proclama: “Desautorizam-se jovens MMM a desenvolver solidão, insônia, depressão, mau-humor, gota, hipertensão, cardiopatia, diabetes, Alzheimer, TOC, inapetência sensorial, micções noturnas e demais sintomas existenciais tardios. Recomendam-se doses maciças de uótisape72. Revogam­-se prescrições alternativas”.

   A maturidade plena traz avanços, abomina farisaísmos, aguça sensibilidades. Vovôs expressam sentimentos na lata, sem maquiagem social. É o fogo e aço, ferro e balaço do exponencial pensador, meu irmão Salvany, querido aniversa­riante da semana a quem reverencio de coração. Assim, a web3M configura prodigioso cenário de efusivas manifestações afetivas. Ao mote propagado– “estamos ficando velhos de corações moles”... – eu acrescentaria...“ e mais sinceros”...

   Quando li comentário sobre emérito pesquisador araçatubense - “fulano de tal, sorriso sedutor, dentes perfeitos”- meu estarrecimento desandou agravado pela inação dos patrulheiros de plantão. Dias transcorridos, decidi adaptar-me aos tempos correntes a fazer confissões há décadas reprimidas. Liberou geral?  Rumo ao divã MMM incorporo o sofrer de dileto super-herói, o saudoso Cap Ga­rance, afamado Bactéria.

   Fato é que o Bac vem encaixando pauladas homéricas, e isso me angustia, pois assisto ruir uma das referências magnas da Cavalaria contemporânea. En­fant terrible, a trajetória dele oscilou sempre entre o céu e o inferno em pontua­ções dramáticas radicais, contribuindo para moldar-lhe a aura de perso­nagem ora maldito, ora adorado. Na Ala, e nos bancos escolares, instrutores e professores o detestavam porque aprontava todas; a compensar, durante pe­ríodos de competições esportivas, ou nos ELD, dava o troco com saltos concei­tuais do “I” abissal para o “E” celestial, mercê de sua excelência atlético-profis­sional inconteste. Assim, da glória suprema ao bas-fond inarredável transitava o ícone das lanças cruzadas, sagrado Imperador do Capão, Condestável da Tiju­ca, Grão-Vizir do Real Engenho,   Moça Bonita, Bangu, Padre Miguel, Marechal, Ricardo de Albuquerque, Catonho e territórios limítrofes.

    Contrariando o ditado – “vai-se o homem, fica a fama” – percebo a lenda indo pro brejo enquanto o homem, transmutado no tímido Sr Bernardes aceita pe­chas impensáveis de serem digeridas por Bac, Bac do Flu, Bac do Milênio, Cap Garance e outros heterônimos dinásticos. Se liberto de sono letárgico, desme­rece a clarividência irônica de outrora, no apreciar blábláblá deste mentecapto: “Emergiu de sua espiritual grandeza, lançando um suspiro colossal de poético odor, o nosso Gigante de Ébano, atual Dom Obá III”. Ho, ho, ho, ho, valeu, Sr Bernardes...

     Observar o temível às das carrières rebaixado a Geni do uótsape72 me de­prime de montão. Nada contra Cléo, respeitável bardo-presidente da exótica ABL, pois aos luminares tudo se permite no desvario ilusionista da licença poé­tica.  

   Ainda não me julgo idoso bastante para elogiar o “sorriso sedutor e os dentes perfeitos” de confrade algum. Poderia, no máximo, repetir obviedades - “Rena­tinho, o Belo Brummel do Esquadrão”, “Boita, a gargalhada mais lasciva que conheço” ou “as assustadoras pupilas cadentes do  Bocão”. A rigor, daria até para considerar o Sr Bernardes “o olhar mais penetrante do COB”. Atenção, olhar, brother Cléo...  

    Parece inexorável a derrocada da gloriosa franquia de super-heróis cavalaria­nos. Já quase descrente de uma reviravolta épica, decidi encarar os detratores do ídolo arquetípico e daqui lanço o brado libertário: Mexeu com o Bac, mexeu comigo!

   Sendo a esperança a última que morre, lanço antes o brado lancinante:

  - Reage, Bactéria!!!

 

Rio de Janeiro, 23 de maio De 2015.

Dom Obá III, cavalariça, escala vermelha no Curral das Éguas.

oro o sofrer de dileto super-herói, o saudoso Cap Garance, afamado Bactéria.

   Fato é que o Bac vem encaixando pauladas homéricas, e isso me angustia, pois assisto ruir uma das referências magnas da Cavalaria contemporânea. En­fant terrible, a trajetória dele oscilou sempre entre o céu e o inferno em pontua­ções dramáticas radicais, contribuindo para moldar-lhe a aura de perso­nagem ora maldito, ora adorado. Na Ala, e nos bancos escolares, instrutores e professores o detestavam porque aprontava todas; a compensar, durante pe­ríodos de competições esportivas, ou nos ELD, dava o troco com saltos concei­tuais do “I” abissal para o “E” celestial, mercê de sua excelência atlético-profis­sional inconteste. Assim, da glória suprema ao bas-fond inarredável transitava o ícone das lanças cruzadas, sagrado Imperador do Capão, Condestável da Tiju­ca, Grão-Vizir do Real Engenho,   Moça Bonita, Bangu, Padre Miguel, Marechal, Ricardo de Albuquerque, Catonho e territórios limítrofes.

    Contrariando o ditado – “vai-se o homem, fica a fama” – percebo a lenda indo pro brejo enquanto o homem, transmutado no tímido Sr Bernardes aceita pe­chas impensáveis de serem digeridas por Bac, Bac do Flu, Bac do Milênio, Cap Garance e outros heterônimos dinásticos. Se liberto de sono letárgico, desme­rece a clarividência irônica de outrora, no apreciar blábláblá deste mentecapto: “Emergiu de sua espiritual grandeza, lançando um suspiro colossal de poético odor, o nosso Gigante de Ébano, atual Dom Obá III”. Ho, ho, ho, ho, valeu, Sr Bernardes...

     Observar o temível às das carrières rebaixado a Geni do uótsape72 me de­prime de montão. Nada contra Cléo, respeitável bardo-presidente da exótica ABL, pois aos luminares tudo se permite no desvario ilusionista da licença poé­tica.  

   Ainda não me julgo idoso bastante para elogiar o “sorriso sedutor e os dentes perfeitos” de confrade algum. Poderia, no máximo, repetir obviedades - “Rena­tinho, o Belo Brummel do Esquadrão”, “Boita, a gargalhada mais lasciva que conheço” ou “as assustadoras pupilas cadentes do  Bocão”. A rigor, daria até para considerar o Sr Bernardes “o olhar mais penetrante do COB”. Atenção, olhar, brother Cléo...  

    Parece inexorável a derrocada da gloriosa franquia de super-heróis cavalaria­nos. Já quase descrente de uma reviravolta épica, decidi encarar os detratores do ídolo arquetípico e daqui lanço o brado libertário: Mexeu com o Bac, mexeu comigo!

   Sendo a esperança a última que morre, lanço antes o brado lancinante:

  - Reage, Bactéria!!!

 

Rio de Janeiro, 23 de maio De 2015.

Dom Obá III, cavalariça, escala vermelha no Curral das Éguas{jcomments on}.