Artigos da Seção AMAN 72

O GRITO DE UM EXCLUÍDO

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     Quase surtei ao ler o cartaz colado em birosca na subida do morro: “Prefeitura estenderá     inclusão digital ao Babilônia-Urubú”.

    Furibundo, engatei carreira ao loft-barracão, onde ingeridas infindáveis doses de maracujina analisei a tenebrosa ameaça municipal.

   Peralá!  Inclusão digital??? Pra quem???

    Critico a digitalização radical, estampada no momentoso WhatsApp. Milênios de descobertas, pencas de filósofos doidivanas, cientistas amalucados, experimentos sofisticados, artistas e obras geniais serviram apenas para a humanidade regredir ao dialeto dos aplicativos atuais?  

Dom Obá III, entocado até o rega-bofe natalício do Cobra,  08 de maio no CMPV.    Na rota 65-66, chuto o balde e acho graça, escorado em receituário antiestresse protetor das coronárias. Qual vírus insidioso contaminou a gloriosa Nação, deflagrando guerrilha escatológica virtual? Sem controlar a aflição, decidi opinar.  

   Balançava a rede plácida na supervisão serena do Velho Brito. Excluídas ocasionais manifestações corporativistas pqdt, esvaziadas na alusão oportuna ao incomparável Pqd honorário Felix, pelo Mestre Patinho, pairava civilidade até eclodir acalorado debate centrado na pujança erétil-dissuasória de saudoso confrade. Dali pra frente, pescoço virou tornozelo em violenta troca de rabos-de-arraias verbais.

   Justiça se faça. Polêmica à parte, reapareceram o Estélio,o  Melinho e o Margarida arrasador nas dicas de energéticos priápico-naturebas. Aliás, Dom Margarida dos Reis, esteja VSª detido sem previsão de soltura, por falta injustificada às comemorações barbacenenses de cinquentenário da Turma BQ/65. Estava no VI?

     Golpeada na região sacra, minha ojeriza ao universo dos kkkkkk, rrrrssssss, vc,Tb, qd, brigadão e afins começava a ruir.

     Predisposto a utilizar o WhatsApp com destreza, retrocedi ao acessar  mensagens  perdidas de Bardo Cléo.  Nelas o Shakespeare tijucano faz revelações espantosas...

   Talvez para cativar o vilão hardcore Boita B, declara-se especializado em antigas cavernas de refrigério viril, tipo Mansão Rosa e comunidade P. Azevedo. Ora, distintos leitores, nada mais surreal imaginar-se o infante de prenome gaulês, criado na Saenz Peña, culto e refinado, frequentando bambuzinhos infernais.  Delírio puro...       

    Cléo é um aristocrata dissimulado. Curte o Marais, transita em Mayfair, adora a Ribeira e o Estoril, noitadas madrilenhas, verões na Riviera, Cortina d`Ampezzo, os labirintos familiares de Praga, Estocolmo, Istambul, São Petersburgo e Moscou o habilitam a interlúdios culturais com Baci, o Cossaco, incluindo Rasputin, o monge pirado da corte czarista que consoante lenda humilharia Dom Walber Guerreiro no quesito identidade fálica.     

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   Arriscada rota convergente, o membro da ABL – Associação de Botecos e Lupanares – ensandece de vez atribuindo, malgrado inquestionável sapiência do gaudério pampeiro, sua diplomação ecêmica a Mr Boita, em tentativa sagaz de achegar-se ao populismo circundante.   

   O maior talento desperdiçado dessa Turma multitalentosa não é o do ícone passofundense. É o dele próprio, Cléo, digno de ocupar vaga na Academia Brasileira de Letras descartada a ABL fajuta à qual se vangloria de pertencer, confirmando desvario poético.

    Permaneço voyeur no WhatsApp enquanto o temível Bardo não se dispuser a militar nas nuvens literárias, brindando legiões de admiradores incondicionais com o indiscutido requinte da sua inteligência primorosa.

   Inclusão digital irrestrita? WhatsApp? Tô fora...


Rio de Janeiro, 02 de maio de 2015.

Dom Obá III, entocado até o rega-bofe natalício do Cobra,  08 de maio no CMPV.{jcomments on}