Artigos da Seção AMAN 72

Ao meu amigo/irmão/companheiro Don OBA

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Estimado Don Obá, dos literatos o mais notável

Meus olhos se marejaram ao ver o seu encomio

Meu Deus! Que amigo generoso e formidável

Com alguém fugido de um reles manicômio


Ando zanzando nas ruas como perdida azêmola
Desorientado na podridão que cerca os nossos dias
Essa louca indignação me deixa a carne tremula
Simplesmente não consigo mais ouvir patifarias
Assim, louco total sem cura e ainda delirante
Fico jogado nas sarjetas como trapo sem ter beiras
Sem animo pra fazer algo sentindo tudo nauseante
Fui recolhido por ONG e vim para a Casa Dr. Eiras
Os médicos psiquiatras me falaram toda a verdade
“Esse pobre não tem cura, só mandando pra Suíça!”
“Talvez lá ele encontre essa tal de honestidade”
“E o doido ainda quer de quebra a tal de justiça!”
Depois me colocaram na tal camisa de força
Em seguida me entupiram com tantos remédios
Fiquei tão atordoado que só berrava: “me torça!”
Passei a ser flamenguista e chamei Jesus de Genésio
Enxergo bando de colibris olhando por minha janela
Mas me disseram: são garis, vestindo roupa amarela
Fui arriscar a TV e a pesquisa do IBOPE eu assisti
A Dilma passou a frente: aí é que mais me fudi
Tiveram que me sedar e colocar em coma induzido
E tem uma enfermeira bacana que me lê umas historinhas
É que avisaram pra pobre: “esse coronel tá fudido!”
Ela se condoeu e me lê gibi do Mickey e Tio Patinhas
Então hoje fui acordado dessa minha letargia
Quando a enfermeira avisou: “Don Obá lhe elogiou”
Inicialmente pensei: “mentira, é só pra me dar alegria”
Mas quando li sua palavras, o meu olhar marejou
Obrigado, meu grande amigo, por me dar essa alegria
Mas acho que só me curo quando pararem de tanta putaria
Dinheiro público aqui é cão sarnento, sem dono e de rua
Ficam na impunidade todos que fazem falcatruas



Saint-Clair Paes Leme – poeta louco de botequim pé-sujo{jcomments on}