Artigos da Seção AMAN 72

O ENCONTRO DO MESTRE BUZATTO COM A Tu MMM 72/DF

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Estranhei a arrumação do local do encontro. Assim como as torcidas dos times cariocas, os integrantes da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes (AMAN/1972), que residem no Distrito Federal, denominada MMM/DF, também são canalizados para o lado direito da varanda do restaurante do Clube do Exército.

Ou seja, nós temos o nosso lado na varanda. A mudança aconteceu em razão de evento patrocinado pelo general Eron (AMAN/1963) que, comemorando cinquenta anos de casamento, recebia seus familiares naquele tradicional restaurante. Apesar da reunião da MMM/DF acontecer em sua sexagésima primeira edição, não prevaleceu à tradição. No EB aprendemos, desde os primeiros passos na carreira, que a antiguidade prevalece sobre as demais condicionantes de desempate. É assim e sempre será. Na AMAN, quando cadete do primeiro ano, denominado bicho, ao convocar os companheiros para jogar uma pelada e estando no campo, éramos surpreendidos por cadetes mais antigos que, muitas das vezes de forma educada ou no “mando militarem”, exigiam a nossa saída. O conforto era saber que um dia, não muito distante e na condição de veteranos, teríamos a situação invertida. Essa certeza é que nos motiva a crescer na carreira, galgando os postos e esperando o momento em que a antiguidade possa prevalecer, naturalmente. Alguns companheiros estranharam a mudança e precisavam ser alertados sobre a alteração do lado na varanda. O dispositivo montado pela direção do restaurante atendeu muito bem a necessidade do encontro da MMM/DF. Para a surpresa de todos, participava do evento comemorativo do enlace do general Eron um personagem muito influente em nossos tempos de cadete. Tratava-se do coronel Buzatto, mestre da matéria física, professor do ensino fundamental da AMAN. Aos noventa e três anos de idade o mestre esbanjava saúde e lucidez impressionantes. Enquanto os camaradas chegavam, o Wankes informou que, apesar de escalado, não trouxe o bolo para comemorar o aniversário dos integrantes da MMM que completaram mais um ano de vida no mês em curso. Entretanto, haveria a sobremesa para o deleite dos convivas. Perguntei, então: o que você trouxe para substituir à torta? Ele, respondendo, disse que trouxe um doce e pediu para que eu dissesse qual tipo. Respondi que era pudim de leite e acertei. A justificativa dele, para não trazer a torta, era que não havia aniversariantes da MMM/DF para apagar as velinhas. Cito as presenças dos seguintes confrades: Bonato, Chibinske, Figueiredo, Heitor, Florêncio, Breide, Brito, Nei, Bohrer, Primo, Pimentel, Ribeiro Souto, Otto, César, Fernandes, Arakaki e Virgílio. O papo estava bastante animado. Na ponta esquerda, o Heitor estabelecia interessante debate com o Breide, Bonato e César. Percebia-se que a política era o tema central e a lealdade do Heitor a um ex-presidente mostrava o quanto é valorizada pelos militares essa virtude. No meio do dispositivo, o assunto era as marcas de vinhos existentes e a qualidade das uvas. Verdadeiras aulas de conhecimento dessa mania que cada vez mais empolga o brasileiro. De repente, surge um vizinho. Apesar de ter sido anunciada a presença do Tárcio (Inf), não havia uma expectativa que ele comparecesse. A sua presença foi bastante comemorada. Após cumprimentar os presentes, o Tárcio integrou o dispositivo e fez juras de retornar sempre. Como sempre é realizado, foi tomado o dispositivo para a fotografia que materializa a reunião. O coronel Buzatto foi convidado para compor o dispositivo para a foto. Antes, o Pimentel usou da palavra para homenagear o professor e discorreu sobre a importância do mestre na nossa formação. Lembrou que estavam presentes generais, coronéis e civis, cadetes de outrora e cidadãos da Pátria, conscientes de que cumpriram e ainda cumprem o juramento prestado ao receber o espadim de Caxias, símbolo da própria honra militar. Respondendo, o coronel Buzatto elogiou a participação de seus alunos na confraternização da MMM/DF e afirmou que essa inciativa de reunir e celebrar a vida procurou adotar nesses anos de existência e foi fundamental para que, no seu entendimento, lhe proporcionasse a qualidade de vida que dispõe. Agradeceu a homenagem prestada e posou para a foto. Registrada a imagem do evento, foram cantados os parabéns para vocês e o pudim de leite devorado sem parcimônia. Ao sair, fiquei refletindo sobre as presenças do mestre e do Tárcio na reunião da MMM/DF. Como é bom rever os amigos e, principalmente, os professores. Entendo que é uma resposta a quem procurou nos orientar nos momentos iniciais da carreira e, o reencontro, a oportunidade para, mesmo no silêncio, agradecer e dizer: mestre, eu venci. Fui. Simões Junior{jcomments on}